sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Formação sobre a Regra de Vida - Finalidades da Congregação Mariana

 


REGRA DE VIDA

C) Finalidades

11. As Congregações Marianas propõem a seus membros:
a) A busca permanente da santidade pessoal pelo crescimento da vida cristã, no seguimento de Jesus  Cristo, através de uma "ardentíssima devoção, reverência e amor filial à Virgem Maria e, por esta  devoção e pelo patrocínio de tão boa Mãe, ser bons cristãos e santificar-se" (RC, 1).

b) A santificação pessoal no próprio estado de vida, respeitando a "índole secular própria e peculiar dos  Fiéis leigos" (LG, 31; CL, 1'5), de modo que cada um procure "santificar-se em seu estado e, quanto a  posição social lhe permitir, salvar e santificar os outros" (RC, 1).

c) A comunhão sólida e convicta com a Igreja Hierárquica, através de uma "fervorosa e incondicional adesão à Santa Sé Apostólica, Cabeça e Fundamento de toda Hierarquia Eclesiástica, mas também pela humilde e dócil submissão às ordens e conselhos dos Bispos locais" (BS. 10), sem esquecer seus direitos (CDC, c.212 §2° e 3°).

d) A profissão e o testemunho público da fé católica, "acolhendo e proclamando a verdade sobre Cristo, a Igreja e sobre o homem, em obediência ao Magistério da Igreja que autenticamente a interpreta" (CL,30).

e) O trabalho apostólico, plenamente inserido na pastoral das Igrejas locais e de acordo com as orientações de seus Pastores, visando sobretudo à "evangelização e santificação dos homens e a formação cristã de suas consciências, de modo a procurar permear de espírito evangélico os vários meios sociais e ambientes" (AA, 20; CL, 30).

f) A presença na sociedade humana, de modo que a vida social e profissional do Congregado Mariano, à luz da Doutrina Social da Igreja, esteja a serviço da dignidade integral da pessoa humana e de uma sociedade justa e fraterna (CL, 30 e 37).

12. Para o cumprimento destas finalidades, é necessário ao Congregado Mariano:

a) Uma vida de piedade pessoal e comunitária, caracterizada:
1) Pela oração diária, a meditação, o exame de consciência e pela reza do Terço de Nossa Senhora (BS, 4), de acordo com o Devocionário próprio das Congregações Marianas;

2) A frequência ao Sacramento da Penitência e a participação diária ou, ao menos semanal, na Santa Missa e na Comunhão Eucarística (BS, 4).
3) A prática anual do Retiro Espiritual segundo o método proposto pelos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola (BS, 4);
4) A prática da direção espiritual sob a orientação de um confessor, quanto possível, estável (BS,4; RC, 36).

b) O crescimento no conhecimento da fé católica (CL, 60):
1) Pelo estudo permanente e criterioso da Sagrada Escritura e do ensinamento dogmático e moral da Santa Igreja;
2) Pelo interesse em conhecer os documentos do Magistério Eclesiástico, em especial, a Doutrina Social da Igreja.

c) "Tomar a cargo, como coisa própria sua e de acordo com sua condição de vida, todas as obras apostólicas recomendadas pela Santa Igreja, tendo como guias os Pastores, e isso não só individual como coletivamente" (BS, 7; Ver também CL, 33), em especial
1) O apostolado no meio familiar (CL, 40), social e profissional em que cada um vive;
2) A presença cristã nos meios de comunicação social, na vida política, na educação, nos ambientes mais marginalizados da sociedade (BS, 8; CL, 42 e 44);
3) A colaboração fraterna e generosa com outras Associações e Movimentos leigos de apostolado (BS, 9).

d) A atenção permanente em sentir com a Igreja, "conformando perfeitamente sua fé e seus costumes com o que ensina a Santa Igreja Católica, louvando o que Ela louva e reprovando o que Ela reprova, sentindo como Ela sente em todas as coisas, não se envergonhando nunca, seja na vida particular, seja na vida pública, de proceder como filho obediente e fiel de tão santa Mãe" (RC, 33).

II - VIDA ESPIRITUAL DA CONGREGAÇÃO MARIANA

A) Notas características da espiritualidade mariana 13. O centro da espiritualidade própria do Congregado Mariano é a busca permanente de viver a "radical novidade cristã que promana do Batismo" (CL, 10J, a qual leva o fiel à participação na vida divina pela Graça, à união pessoal com Cristo e com seu Corpo que é a Igreja e à vida espiritual marcada pela unção e ação interior do Espírito Santo (Ibid.). Sua primeira e fundamental vocação é a santificação pessoal através da oração e da vida sacramental, sobretudo da Eucaristia, da caridade apostólica e da prática das virtudes cristãs, dócil à ação interior do Espírito Santo que o leva ao seguimento e imitação de Jesus Cristo, vivo e atuante em sua Igreja (CL, 16). Mas tudo isso

 

conforme a índole secular própria de sua condição de fiel leigo, inserido nas realidades temporais e participando como cristão das atividades inerentes a seu estado de vida e trabalho social (CL, 17).

14. Esta espiritualidade do Congregado Mariano, comum a todo fiel leigo, se distingue pela marca mariana, uma vez que a Congregação Mariana "não somente assume o título da Bem-aventurada Virgem Maria, mas principalmente porque seus membros professam uma singular devoção à Mãe de Deus e a Ela se ligam por uma total consagração" (BS, 24). Assim, o seguimento de Cristo assume para o Congregado Mariano um incentivo e proteção, um modelo e uma dimensão eclesial que decorrem do amor e devoção especial à Virgem Maria. O sinal desta marca mariana é a Consagração a Nossa Senhora, "uma doação de si mesmo, realizada não por mera formalidade ou sentimento, mas expressão de uma intensidade de vida cristã e mariana, manifestação ''' de uma vida interior pujante, e se desdobra em obras exteriores de sólida devoção, de culto, de caridade e de zelo" (AL, 2).

15. A devoção mariana do Congregado Mariano não deve ser "uma piedade mesquinhamente interessada, que vê na poderosa Mãe de Deus somente a distribuidora de benefícios, sobretudo de ordem temporal, uma devoção de seguro repouso que não pensa senão em remover da própria vida a cruz dos trabalhos, lutas e sofrimentos. uma devoção sensível de doces consolações ou de meras manifestações de entusiasmo, uma devoção, por mais santa que possa parecer, exclusiva e mais preocupada com as desvantagens espirituais" (AL, 4). Deve ser, antes de tudo, uma consciência viva e atuante da condição de filho da Virgem Maria, um empenho em seguir e imitar seus exemplos de Fé, de Esperança e de Caridade, uma adesão fiel e amorosa ã Igreja de Cristo da qual a Virgem Maria antecipou o mistério da maternidade virginal, foi, em sua vida a figura que a precedeu na ordem da Fé, da Caridade e da perfeita união com Cristo (LG, 63) e, na Glória, antecipou-lhe a realização definitiva (LG, 59; RM, 6 e7).

16. Assim, o Congregado Mariano deve amar a Virgem Maria e n'Ela confiar como Mãe, agradecido a Cristo que, na cruz. lhe deu a própria Mãe por sua Mãe, criando entre a Virgem Maria e ele aquela relação única e irrepetível entre duas pessoas: de mãe para seu filho, de filho para sua Mãe" (RM,45). Filho da Virgem Maria, o Congregado Mariano há ter sempre presente que sua Mãe Santíssima, assunta ao céu em sua glória, pela luz que recebe da visão beatífica. o conhece distintamente em todas as circunstâncias da vida e, no mais íntimo de seus pensamentos, o ama e lhe manifesta a solicitude materna de seu Imaculado Coração de carne, rico de

 

sensibilidade humana e repleto do amor para com Deus, acompanhando-o, protegendo-o e guiando-o para o amor, a imitação e o serviço do Filho Divino.

17. Para o Congregado Mariano, a Virgem Maria deve ser o modelo "cuja peregrinação na fé representa um ponto de referência constante para a Igreja e cada pessoa" (RM, 6). Na Virgem Maria ele há de ver o modelo de fé e vida interior, de pureza imaculada, de docilidade à ação do Espírito Santo, de obediência à voz de Deus que A associou intimamente ao mistério da salvação realizada por seu Filho Divino, de humildade e generosidade no cumprimento da missão recebida de Deus, de ardente zelo missionário em levar o Filho Divino a todos que Deus colocou em seu caminho: João Batista, os pastores de Belém, os sábios do Oriente, os justos de Israel, os discípulos de Jesus nas bodas de Caná.

18. A Virgem Maria, no seu mistério e na sua vida, revela ao Congregado Mariano o próprio mistério da Igreja. Consagrado à Virgem Maria, ele se torna, de fato, um consagrado a Cristo e sua Igreja! Fiel a Ela, a sua doutrina e a seus Pastores, n'Ela encontrando a seiva da Graça divina pela vida sacramental e a oração no Corpo Místico de Cristo, se entrega feliz e devotado ao serviço da Igreja pelo trabalho apostólico em favor dos irmãos e dos que estão longe do rebanho de Cristo.

19. A espiritualidade mariana se realiza não somente nos atos de piedade próprios da devoção à Virgem Maria, mas exige do Congregado Mariano uma vida de oração pessoal, alimentada pela leitura da Sagrada Escritura e a meditação dos mistérios da vida de Cristo e de Maria, uma vida eucarística profunda, manifestada no amor a Cristo presente entre nós no Santíssimo Sacramento e na recepção frequente e, se possível, diária, da Sagrada Comunhão, uma docilidade interior à ação do Espírito Santo pela prática do exame de consciência diário e do discernimento espiritual, da oração de louvor de ação de graças, da abertura humilde às graças e dons com que este mesmo Espírito Santo se manifesta em sua vida, a exemplo da Virgem da Anunciação e do Magnificat.

Congregação Mariana N. Sra. Auxiliadora e São José


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os comentários serão analisados antes de serem publicados.