domingo, 23 de agosto de 2015

Eficaz contra o Comunismo.


“... Agora se faz necessário considerar uma outra causa de perturbação, muito mais profunda, que se aninha justamente no mais íntimo da sociedade humana: dado que o flagelo da guerra se abateu sobre as pessoas quando elas já estavam profundamente infectadas pelo naturalismo, isto é, por aquelas grande peste do século que, onde se enraíza, diminui o desejo dos bens celestes, apaga a chama da caridade divina e retira do homem a graça salvadora e elevadora de Cristo até que, tolhida dele a luz da fé e deixadas a ele as solitárias e corrompidas forças da natureza, o abandona à mercê das mais insanas paixões.
Por isto, devemos constatar com verdadeira dor que agora os costumes públicos são bem mais depravados e corrompidos que antes, e que portanto a assim chamada “questão social” foi-se agravando a tal ponto de suscitar a ameaça de irreparáveis ruínas.
De fato amadureceu nos desejos e nas expectativas de todos os sediciosos a chegada de uma certa república universal, a qual seria fundada sobre a igualdade absoluta entre os homens e sobre a comunhão dos bens, e na qual não haveria mais distinção alguma de nacionalidade, nem teria mais que reconhecer-se a autoridade do pai sobre os filhos, nem dos poderes públicos sobre os cidadãos, nem de Deus sobre os homens reunidos em sociedade civil
Agora, pelo mesmo motivo, ou seja, para recordar o dever aos nossos fiéis que estão em toda parte e ganham o pão com o trabalho, e para conservá-los imunes do contágio do socialismo, o inimigo mais implacável dos princípios cristãos, Nós, com grande solicitude, propomos a eles de modo particular São José, para que o sigam como guia e o honrem como celeste Patrono. Ele de fato levou uma vida similar a deles, tanto é verdade que Jesus bendito, enquanto era o Unigênito do Pai Eterno, quis ser chamado “o Filho do carpinteiro”. Mas aquela sua humilde e pobre condição, de quais e quantas virtudes excelsas Ele soube adornar! Ou seja, virtudes que deviam resplandecer no esposo de Maria Imaculada e no pai putativo de Jesus Cristo. 

Por isso, na escola de São José, aprendam todos a considerar as coisas presentes, que passam, à luz das futuras, que permanecem para sempre; e, consolando as inevitáveis dificuldades da condição humana com a esperança dos bens celestes, a estes aspirem com todas as forças, resignados à vontade divina, sobriamente vivendo segundo os ditames da piedade e da justiça. Ao que diz respeito especialmente aos operários, nos agrada relembrar aqui as palavras que proclamou em circunstância análoga o nosso predecessor de feliz memória Leão XIII, pois elas, ao nosso parecer, não poderiam ser mais oportunas: “Considerando estas coisas, os pobres, e quantos vivem com o fruto do trabalho, devem sentir-se animados por um sentimento superior de equidade, pois se a justiça permite-lhes elevar-se da indigência e de conseguir um melhor bem-estar, porém é proibido pela justiça e pela mesma razão de perturbar a ordem que foi constituída pela divina Providência. Aliás, é conselho insensato usar de violência e buscar melhorias através de revoltas e tumultos, os quais, na maioria das vezes, nada mais fazem que agravar ainda mais aquelas dificuldades que se desejam diminuir. Portanto, se os pobres querem agir sabiamente, não confiarão nas vãs promessas dos demagogos, mas sim no exemplo e no patrocínio de São José e na caridade materna da Igreja, a qual dia após dia tem por eles um zelo sempre maior” (Carta Encíclica “Quamquam pluries” )...”
(Bonus Sane, Carta Encíclica de S.S. o Papa Bento XV (Motu Proprio), 25 de julho de 1920.

Alisson Oliveira. Cm

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