sábado, 16 de março de 2013

Apenas uma Sala de Aula


Em uma sala de aula do Colégio Romano, no ano de 1563, um jovem jesuíta belga, Padre João Leunis, é cercado por um grupo de meninos de energia aparentemente ilimitada. O Pai bom vê em seus olhos escuros um poder e um entusiasmo que, se inspirado e dirigido, pode fazer coisas imensas para Deus. Eles devem ser mantidos fora da corrupção do mundo. Ele lhes fala da abundância do coração.
Pe Leunis não está lá para ensinar-lhes somente as matérias colegiais, mas para coloca-los no amor de Deus e zelo pelas almas. Logo, os meninos ficam entusiasmados com cada palavra sua: “Eu posso, eu vou!” Tais eram os pensamentos que passam por suas mentes. Para ser um cavaleiro de Nossa Senhora, para ser digno dela, seu perpétuo escravo. E a Virgem Maria, uma estrela para guiá-los através das tempestades da vida. Eles se ajoelharam e consagraram-se a Nossa Senhora. Apenas uma simples sala de aula, apenas um padre jesuíta jovem, apenas um grupo de meninos, ainda, que a partir de pequeno ato de devoção, sem pompa ou circunstância, favorecem incalculáveis ganhos para milhões de almas!

Era o nascimento da Congregação Mariana. Espalharam-se por meio da Cidade Santa, em todos os países da Europa, reunindo sob a bandeira de Maria, reis, rainhas, imperadores, papas, santos: milhões de almas, cujos nomes permanecem sem registro através dos séculos, têm por mérito levar adiante por um entusiasmo esplêndido a consagração pessoal a Nossa Senhora. O jovem jesuíta e seus espirituosos alunos pouco imaginavam que naquela manhã do dia 25 de março do ano de 1563, estavam formando um dos apostolados mais duradouras e romântico de Deus para a salvação das almas.
Os primeiros congregados do colégio participavam da missa diária, confissão semanal e na comunhão no primeiro domingo de cada mês; faziam meditação da Palavra de Deus por meia hora e recitavam o Rosário na capela da faculdade depois das aulas. Este desenvolvimento da piedade pessoal deu frutos no trabalho visando à caridade, com o serviço aos pobres. Era o primeiro triunfo de Ação Católica. Mesmo em seu primeiro ano, também, a Congregação começou a dar um impulso particular à melhoria cultural, com a realização de reuniões literárias, que foram chamados de Academias. Nessas Academias foram produzidas peças curtas, e debates sobre temas nem sempre religiosos.
Eduardo Caridade

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