REGRA DE VIDA
C) Finalidades
11. As Congregações Marianas propõem a seus membros:
a) A busca permanente da santidade pessoal pelo crescimento da vida cristã, no
seguimento de Jesus Cristo, através de uma "ardentíssima devoção,
reverência e amor filial à Virgem Maria e, por esta devoção e pelo
patrocínio de tão boa Mãe, ser bons cristãos e santificar-se" (RC, 1).
b) A santificação pessoal no próprio estado de vida,
respeitando a "índole secular própria e peculiar dos Fiéis
leigos" (LG, 31; CL, 1'5), de modo que cada um procure "santificar-se
em seu estado e, quanto a posição social lhe permitir, salvar e
santificar os outros" (RC, 1).
c) A comunhão sólida e convicta com a Igreja Hierárquica,
através de uma "fervorosa e incondicional adesão à Santa Sé Apostólica,
Cabeça e Fundamento de toda Hierarquia Eclesiástica, mas também pela humilde e
dócil submissão às ordens e conselhos dos Bispos locais" (BS. 10), sem
esquecer seus direitos (CDC, c.212 §2° e 3°).
d) A profissão e o testemunho público da fé católica,
"acolhendo e proclamando a verdade sobre Cristo, a Igreja e sobre o homem,
em obediência ao Magistério da Igreja que autenticamente a interpreta"
(CL,30).
e) O trabalho apostólico, plenamente inserido na pastoral
das Igrejas locais e de acordo com as orientações de seus Pastores, visando
sobretudo à "evangelização e santificação dos homens e a formação cristã
de suas consciências, de modo a procurar permear de espírito evangélico os
vários meios sociais e ambientes" (AA, 20; CL, 30).
f) A presença na sociedade humana, de modo que a vida social
e profissional do Congregado Mariano, à luz da Doutrina Social da Igreja,
esteja a serviço da dignidade integral da pessoa humana e de uma sociedade
justa e fraterna (CL, 30 e 37).
12. Para o cumprimento destas finalidades, é necessário ao Congregado
Mariano:
a) Uma vida de piedade pessoal e comunitária, caracterizada:
1) Pela oração diária, a meditação, o exame de consciência e pela reza do Terço
de Nossa Senhora (BS, 4), de acordo com o Devocionário próprio das Congregações
Marianas;
2) A frequência ao Sacramento da Penitência e a
participação diária ou, ao menos semanal, na Santa Missa e na Comunhão
Eucarística (BS, 4).
3) A prática anual do Retiro Espiritual segundo o método proposto pelos
Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola (BS, 4);
4) A prática da direção espiritual sob a orientação de um confessor, quanto
possível, estável (BS,4; RC, 36).
b) O crescimento no conhecimento da fé católica (CL, 60):
1) Pelo estudo permanente e criterioso da Sagrada Escritura e do ensinamento
dogmático e moral da Santa Igreja;
2) Pelo interesse em conhecer os documentos do Magistério Eclesiástico, em
especial, a Doutrina Social da Igreja.
c) "Tomar a cargo, como coisa própria sua e de acordo com sua condição
de vida, todas as obras apostólicas recomendadas pela Santa Igreja, tendo
como guias os Pastores, e isso não só individual como coletivamente" (BS,
7; Ver também CL, 33), em especial
1) O apostolado no meio familiar (CL, 40), social e profissional em que cada um
vive;
2) A presença cristã nos meios de comunicação social, na vida política, na
educação, nos ambientes mais marginalizados da sociedade (BS, 8; CL, 42 e 44);
3) A colaboração fraterna e generosa com outras Associações e Movimentos leigos
de apostolado (BS, 9).
d) A atenção permanente em sentir com a Igreja, "conformando
perfeitamente sua fé e seus costumes com o que ensina a Santa Igreja Católica,
louvando o que Ela louva e reprovando o que Ela reprova, sentindo como Ela
sente em todas as coisas, não se envergonhando nunca, seja na vida particular,
seja na vida pública, de proceder como filho obediente e fiel de tão santa
Mãe" (RC, 33).
II - VIDA ESPIRITUAL DA CONGREGAÇÃO MARIANA
A) Notas características da espiritualidade mariana 13. O
centro da espiritualidade própria do Congregado Mariano é a busca permanente de
viver a "radical novidade cristã que promana do Batismo" (CL, 10J, a
qual leva o fiel à participação na vida divina pela Graça, à união pessoal com
Cristo e com seu Corpo que é a Igreja e à vida espiritual marcada pela unção e
ação interior do Espírito Santo (Ibid.). Sua primeira e fundamental vocação é a
santificação pessoal através da oração e da vida sacramental, sobretudo da
Eucaristia, da caridade apostólica e da prática das virtudes cristãs, dócil à
ação interior do Espírito Santo que o leva ao seguimento e imitação de Jesus
Cristo, vivo e atuante em sua Igreja (CL, 16). Mas tudo isso
conforme a índole secular própria de sua condição de fiel
leigo, inserido nas realidades temporais e participando como cristão das
atividades inerentes a seu estado de vida e trabalho social (CL, 17).
14. Esta espiritualidade do Congregado Mariano, comum a todo fiel leigo, se
distingue pela marca mariana, uma vez que a Congregação Mariana "não
somente assume o título da Bem-aventurada Virgem Maria, mas principalmente
porque seus membros professam uma singular devoção à Mãe de Deus e a Ela se
ligam por uma total consagração" (BS, 24). Assim, o seguimento de Cristo
assume para o Congregado Mariano um incentivo e proteção, um modelo e uma
dimensão eclesial que decorrem do amor e devoção especial à Virgem Maria. O
sinal desta marca mariana é a Consagração a Nossa Senhora, "uma doação de
si mesmo, realizada não por mera formalidade ou sentimento, mas expressão de
uma intensidade de vida cristã e mariana, manifestação ''' de uma vida interior
pujante, e se desdobra em obras exteriores de sólida devoção, de culto, de
caridade e de zelo" (AL, 2).
15. A devoção mariana do Congregado Mariano não deve ser "uma piedade
mesquinhamente interessada, que vê na poderosa Mãe de Deus somente a
distribuidora de benefícios, sobretudo de ordem temporal, uma devoção de seguro
repouso que não pensa senão em remover da própria vida a cruz dos trabalhos,
lutas e sofrimentos. uma devoção sensível de doces consolações ou de meras
manifestações de entusiasmo, uma devoção, por mais santa que possa parecer,
exclusiva e mais preocupada com as desvantagens espirituais" (AL, 4). Deve
ser, antes de tudo, uma consciência viva e atuante da condição de filho da
Virgem Maria, um empenho em seguir e imitar seus exemplos de Fé, de Esperança e
de Caridade, uma adesão fiel e amorosa ã Igreja de Cristo da qual a Virgem
Maria antecipou o mistério da maternidade virginal, foi, em sua vida a figura
que a precedeu na ordem da Fé, da Caridade e da perfeita união com Cristo (LG,
63) e, na Glória, antecipou-lhe a realização definitiva (LG, 59; RM, 6 e7).
16. Assim, o Congregado Mariano deve amar a Virgem Maria e n'Ela confiar como
Mãe, agradecido a Cristo que, na cruz. lhe deu a própria Mãe por sua Mãe,
criando entre a Virgem Maria e ele aquela relação única e irrepetível entre
duas pessoas: de mãe para seu filho, de filho para sua Mãe" (RM,45). Filho
da Virgem Maria, o Congregado Mariano há ter sempre presente que sua Mãe
Santíssima, assunta ao céu em sua glória, pela luz que recebe da visão
beatífica. o conhece distintamente em todas as circunstâncias da vida e, no
mais íntimo de seus pensamentos, o ama e lhe manifesta a solicitude materna de
seu Imaculado Coração de carne, rico de
sensibilidade humana e repleto do amor para com Deus,
acompanhando-o, protegendo-o e guiando-o para o amor, a imitação e o serviço do
Filho Divino.
17. Para o Congregado Mariano, a Virgem Maria deve ser o modelo "cuja
peregrinação na fé representa um ponto de referência constante para a Igreja e
cada pessoa" (RM, 6). Na Virgem Maria ele há de ver o modelo de fé e vida
interior, de pureza imaculada, de docilidade à ação do Espírito Santo, de
obediência à voz de Deus que A associou intimamente ao mistério da salvação
realizada por seu Filho Divino, de humildade e generosidade no cumprimento da
missão recebida de Deus, de ardente zelo missionário em levar o Filho Divino a
todos que Deus colocou em seu caminho: João Batista, os pastores de Belém, os
sábios do Oriente, os justos de Israel, os discípulos de Jesus nas bodas de
Caná.
18. A Virgem Maria, no seu mistério e na sua vida, revela ao Congregado Mariano
o próprio mistério da Igreja. Consagrado à Virgem Maria, ele se torna, de fato,
um consagrado a Cristo e sua Igreja! Fiel a Ela, a sua doutrina e a seus
Pastores, n'Ela encontrando a seiva da Graça divina pela vida sacramental e a
oração no Corpo Místico de Cristo, se entrega feliz e devotado ao serviço da
Igreja pelo trabalho apostólico em favor dos irmãos e dos que estão longe do
rebanho de Cristo.
19. A espiritualidade mariana se realiza não somente nos atos de piedade
próprios da devoção à Virgem Maria, mas exige do Congregado Mariano uma vida de
oração pessoal, alimentada pela leitura da Sagrada Escritura e a meditação dos
mistérios da vida de Cristo e de Maria, uma vida eucarística profunda,
manifestada no amor a Cristo presente entre nós no Santíssimo Sacramento e na
recepção frequente e, se possível, diária, da Sagrada Comunhão, uma docilidade
interior à ação do Espírito Santo pela prática do exame de consciência diário e
do discernimento espiritual, da oração de louvor de ação de graças, da abertura
humilde às graças e dons com que este mesmo Espírito Santo se manifesta em sua
vida, a exemplo da Virgem da Anunciação e do Magnificat.
Congregação Mariana N. Sra.
Auxiliadora e São José