Esta proposição sobre a universal mediação de Maria, quanto aos bens que de Deus recebemos, não agrada muito a certo autor moderno. Embora fale, aliás com muita piedade e erudição, da verdadeira e da falsa devoção à Mãe de Deus, mostra-se muito avaro em lhe conceder esta glória. Em dar-lha não tiveram,
entretanto, escrúpulo um S.Germano, um Santo Anselmo, um S.João
Damasceno, um S.Boaventura, um S.Bernardino de Sena, o venerável abade de Celes e tantos outros doutores. Nenhum deles encontrou dificuldade na aceitação da doutrina de ser a mediação de Maria, pelos motivos já expostos, não só útil como também necessária à nossa salvação.
Diz o citado autor que uma tal proposição , isto é, de não conceder o Senhor graça alguma senão por meio de Maria, é hiperbole, é uma exageração que escapou ao fervor de alguns santos. Falando-se com exatidão, quer a sentença apenas significar que de Maria recebemos Jesus Cristo, por cujos méritos obtemos todas as graças. Do contrário, acrescenta, ele, seria um erro acreditar que Deus não possa distribuir-nos suas graças sem a intercessão de Maria. Pois diz o Apóstolo que "reconhecemos um único Deus e um único medianeiro entre Deus e os Homens, Jesus Cristo".
Santo Afonso Maria de Ligório
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