Nos dias de hoje onde o homem moderno busca de imediato as soluções
práticas da vida, esquecendo se assim de parar para viver, perdendo totalmente
o sentido que ao longo de seus dias e, do acumulo de prazeres terrenos, ele mesmo
se esvai pelos seus dedos. A pressa em obter o que se deseja, faz com que
desperdiçamos a Verdade, princípio do bem pessoal e comum que devia ser a ordem
natural ao reger nossa vida, aquilo que é Bom e que tantas vezes trocamos pelo
supérfluo e vão, e a Beleza que, ultimamente tem ficado invisível aos nossos
olhos, quando não a contemplamos de fato.
"Juízo Final" - Capela Sistina - Michelangelo |
Na
realidade o prazer que se experimenta no conhecimento do belo tem sentido
somente quando as coisas belas são também verdadeiras e boas. De fato, gostamos
dos originais, temos apreço pela beleza, não das imitações, gostamos de coisas
boas, não das más.
O
belo implica uma forma que desperte admiração, o bem se refere a vontade,
aquilo que atrai. Assim se desperta alegria no conhecimento: algo que nos
alegra, nos atraia e também nos leva a conhecer o bem e a praticá-lo.
S.
Agostinho soube interpretar com expressões incomparáveis: ‘Tarde vos amei, ó
Beleza tão antiga e tão nova, tarde vos amei!’(n.16). Assim a Arte é vocação
para criar a beleza, para atrair o conhecimento, e mostrar a verdade.
“A arte é fundamental. A razão sozinha, como se exprime na ciência, não pode ser toda a resposta do homem à realidade e não é capaz de expressar tudo o que o homem pode, quer e deve exprimir. Penso que Deus pôs isso no homem. A arte é, com a ciência, o maior dom que Deus deu ao Homem." disse, certa vez, Bento XVI.
A
Arte Sacra mostrar como principal meio de criação humana para render culto a
Deus. Nela o próprio Criador pode aceitar o sacrifício, e ao mesmo tempo usá-la
para dispensar os bens celestes, na economia da salvação em Jesus Cristo. A
Igreja sabiamente tem como caminho de evangelização a utilização da Arte Sacra ao
longo dos séculos, seja na arquitetura citada como “catequese viva” por S. João
Paulo II, quanto nas alfaias (paramentos e objetos litúrgicos), sem esquecer-se
da música sacra e demais expressões. Tudo ressoa a Verdade da fé.
"Bom Pastor" - Grafite Sobre Canson - Rodolfo Cristiano |
O
Artista, então se torna participante do plano de Deus também na criação, onde
seu talento e conhecimentos devem ser postos a prova para atrair, para revelar
e gerar contemplação do que é Belo, Bom e Verdadeiro. Assim, o artista sacro,
por sua condição particular, não pode ser outra coisa senão um verdadeiro
cristão, que vive sua própria vocação artística em constante oração.
Rodolfo
Cristiano, C. M.
Artista
Sacro e Administrador do Blog: Khristianós.blogspot.com
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