segunda-feira, 11 de março de 2013

Congregação Mariana 450 anos

Caríssimos leitores iniciamos hoje uma série em comemoração aos 450 anos das Congregações Marianas, no próximo dia 25 comemoramos os 450 anos da Congregação Mariana de Roma, Chamada Prima Primária, a partir dela surgiram todas as outras Congregações pelo mundo.

NO TEMPO DA PRIMA PRIMÁRIA

Neste primeiro passo, queremos destacar os principais acontecimentos na Igreja, que marcaram a época da criação da Prima Primária.

O século XVI foi o século da conquista rápida, da evangelização e organização colonizadora da América, o mundo estava em transição: nas artes, nos pensamentos, nos costumes, esta expansão se refletia na literatura. Novas portas se abriam ao ser humano, o mundo estava para ser conquistado e desfrutado.
Acende-se o fogo de uma revolução dentro do cristianismo, a Reforma Protestante, cuja questão central foi à relação entre fé e obras. A Igreja convoca o Concílio de Trento, em 1545, que por várias vezes será interrompido até sua conclusão em 1563, onde será definida a identidade católica no conjunto do cristianismo.

No ano de 1563, um verdadeiro renascimento e não contra-reforma acontece na Igreja Católica, uma força que a faz subir para luz e para a vida, uma força cujo nome é graça. Não se propunha aparar as críticas dos luteranos. A verdadeira reforma não se operou contra um inimigo, mas em favor de Deus, em favor de Cristo, em favor da mais autêntica fidelidade.
O Concílio de Trento ao terminar já mostrava a reconquista católica, que foi reforçada pela criação, em 1540, da Companhia de Jesus, ordem religiosa fundada pelo espanhol Inácio de Loyola. A Companhia de Jesus transformou-se num verdadeiro “exército” em defesa da manutenção dos princípios católicos e da evangelização na Europa, na Ásia e nas Américas.
Homens que rezavam e meditavam juntos, estudavam a Escritura e os Padres da Igreja: mais do que reformar (renovar) a Igreja, o que os preocupava é reformarem-se a si mesmo e preparar neles mesmos a terra fecunda em que cresce a semente de Cristo. Nada melhor que o exemplo da Companhia de Jesus, pois a renovação que tiveram começado por realizar em si próprios é a que passará para as instituições e de lá se propagará.
Século XVI um dos mais belos da história cristã, onde o espírito humano crepita por toda parte em fulgores de inteligência e gênio, a alma humana irradia também exaltações sublimes, atos de fé, de esperança e de caridade. E, este fenômeno espiritual que, por meio da pressão exercida sobre os chefes da Igreja, determinará a reforma nos costumes, nas instituições, no ensino da doutrina.
Dentre as almas místicas desta renovação da Igreja, cujo fim primário, é conhecer a Deus, para mais amá-lo e servi-lo, destaca-se Inácio de Loyola com os Exercícios Espirituais, que seria um dos grandes meios de que serviriam numerosos mosteiros para se reformarem e desenvolverem entre os seus membros a vida de oração.
Esta ambientação nos prepara para o surgimento da Primeira Congregação Mariana, grupo que se caracterizava por uma rigorosa seleção de seus membros e o cuidado na sua formação.

Eduardo Lopes Caridade 

Fonte:Matos, H.C.J. Caminhando pela História da Igreja – Volume II. Editora O Lutador. Belo Horizonte, 1995;Rops, D. A Igreja da Renascença e da Reforma (II). Quadrante. São Paulo, 1999.Pe. Maia, P.A. História das Congregações Marianas. Edições Loyola. São Paulo, 1992.VV.AA, As Congregações Marianas do Brasil, 3ª Edição. Edições Loyola. São Paulo, 1994.

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