segunda-feira, 16 de junho de 2025

Beato Donizetti Tavares de Lima


Padre Donizetti Tavares de Lima, nascido na cidade mineira de Cássia no dia 3 de janeiro de 1882, tinha um grande sonho, que era o de construir uma igreja que homenageasse Nossa Senhora Aparecida, sua santa de devoção. Porém não conseguiu realizar esse desejo em vida. Então, depois de sua morte (16 de junho de 1961), uma comissão presidida por Manoel Meirelles Alves deu início às providências para a construção da nova igreja, onde na década de 50 ficava a Capela São José.

A história religiosa da cidade paulista começou com a criação da Paróquia de Tambaú, sob a invocação de Santo Antônio, no dia 14 de maio de 1902. Nessa época tomou posse o primeiro vigário de Tambaú, padre Cassiano Ferreira de Menezes. Depois de sua morte o sucessor foi o padre Napolitano Salvador Sorrentino.  

Enquanto a matriz de Santo Antônio era construída os ofícios religiosos eram rezados na Igreja de São José. Transferido para São Joaquim da Barra, padre Sorrentino foi substituído pelo padre italiano Francisco Curti. Padre José Fernandes Pimenta assumiu a função do padre Francisco, seguido pelo padre Manoel Pinto Vilela, que viajou para Portugal, dando lugar ao padre Colombo, das Sete Capelas de Ribeirão Preto. Padre Manoel voltou a Tambaú e foi transferido para a Paróquia de Vargem Grande do Sul. De seu lado, o padre de Vargem Grande, Donizetti, foi transferido para Tambaú. 

Ao assumir a paróquia, padre Donizetti encomendou a réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida para colocar na Igreja Matriz de Santo Antônio. Em 1929, um incêndio provocado por um curto circuito destruiu completamente a igreja. Das 23 imagens que havia no local restou intacta apenas a imagem da padroeira do Brasil, retirada do incêndio pelo padre Donizetti. Diante do fato o padre prometeu construir um santuário para a Virgem Santíssima. Seu desejo, porém, só foi concretizado após sua morte, aos 79 anos.

O lançamento da pedra fundamental do Santuário Nossa Senhora Aparecida ocorreu no dia 1º de novembro de 1961. O término foi no ano de 1966. O Santuário foi inaugurado quando era vigário o padre Luiz Girotti. Porém, não houve uma inauguração formal porque foi aberto para visitação antes da finalização das obras. Em outubro de 1966, o Santuário serviu para solenidades religiosas da Missão Redentora.

Na década de 50, Tambaú (SP) foi cenário de um fenômeno sócio religioso que impactou diretamente todo o município: o padre Donizetti Tavares de Lima. Há informações de que o padre ficou conhecido quando curou as pernas cheias de feridas de um vendedor ambulante de vinho. O homem contou o milagre que o padre realizou para os comerciantes das cidades vizinhas, e em poucos dias os romeiros começavam a chegar a Tambaú para receber as bênçãos. A partir de então os milagres que realizava extrapolaram os limites do pequeno município da região de Ribeirão Preto. Aproximadamente 40 mil visitantes chegavam todos os dias à cidade da fé.

Em 1954, Tambaú contava com 16 mil habitantes, 4.500 na cidade e 11.500 na zona rural. A quantidade avassaladora de pessoas em busca das curas, através da intercessão do padre Donizetti, comovia o País e se propagava por nações das Américas, Europa e Ásia. Ele recebia cartas da Espanha, de Portugal, da Ilha da Madeira, do Uruguai, dos Estados Unidos, da Itália, da Iugoslávia, de Porto Rico, dentre outros.  

A multidão vinda de todas as regiões do Brasil e do mundo, entre homens, mulheres, crianças, idosos, aleijados transportados em macas ou se arrastando, subia até a Praça dos Milagres formando um rio humano. Em cada um a esperança em busca de graças renascia com a presença do religioso.  

Uma pacata cidade até então transformava-se em um grande centro de agitação promovido pela fé. Nas primeiras horas do dia inúmeros veículos que traziam os fiéis se juntavam à frente da Casa Paroquial e ficavam à espera de miraculosa bênção.

Donizetti rezava como de costume a Santa Missa das 7h, no altar montado na porta principal da Capela de São José, e dava bênçãos públicas, ponto alto das atividades religiosas, às 9h e 20h. Quando a quantidade de pessoas era muito grande também dava às 12h. No começo, da janela de sua casa. Posteriormente, com o aumento do número de devotos, passava para um pequeno palanque improvisado junto à porta de sua casa.

A cidade de Tambaú continua recebendo visitas dos devotos de Padre Donizetti que vão à Casa Museu (antiga Casa Paroquial), Santuário Nossa Senhora Aparecida e seu jazigo no Cemitério Municipal.


Fonte: Beato Donizetti

terça-feira, 10 de junho de 2025

A Jaculatória Nos Cum Prole Pia

Nos cum prole pia – benedicat Virgo Maria, estas palavras, tão citadas e tão incentivadas ao fim das orações e presente nos mais diversos manuais devocionários da Congregação Mariana, além de ofícios, bênçãos, poesias e prosas das mais diversas, tem origem tão antiga quanto venerável.

À alma devota, é uma jaculatória1 que soa comum e que se encontra nas mais tradicionais devoções à Virgem Santíssima. Nos ambientes religiosos e de maior piedade, especialmente nas escolas sob direção da Ordem dos Jesuítas no século XVII, foram os ambientes onde se deu a maior divulgação de semelhantes tipos de invocação.

A jaculatória é dotada de duas partes, nos manuais pode ser encontrada dividida como a seguir, a primeira parte sendo o verso e a segunda a resposta:

V. Nos cum prole pia
R. Benedicat Virgo Maria

Palavras que significam “Abençoe-nos com sua prole pia a Virgem Maria”. A “prole pia” de que fala a invocação é Nosso Senhor Jesus Cristo.

Desde o século XII já é possível verificar a antiguidade desta invocação, em um artigo publicado em 1902 pelo pe. Alois Rzach sobre patrística, um trecho de correspondência é apresentado, no qual o autor, apesar de não deixar registrada a sua identidade, deixou muito evidente sua piedade no último trecho da última página:

Scriptori pro penna detur formosa puella

Nos cum prole pia benedicat Virgo Maria. Amen.

Se estas palavras já eram escritas ao fim de página de uma correspondência do século XII, pode-se considerar que sua datação é de pelo menos dois séculos mais antiga. Sendo não só piedosa, a jaculatória apresenta também melodia e métrica agradáveis. De qualquer forma, o escritor não usou este “pequeno hino” pela primeira vez.

Em um trecho de um breviário do século XIV encontra-se ainda uma versão mais desenvolvida desta pequena invocação

                         I
Adjuva nos, o virgo amabilis,
In huius mundi saevis periculis.

                        II
Alma Virgo virginum
Intercedat pro nobis ad Dominum

                       III
Angelorum domina, potentissima cunctorum,
Esto nobis protectrix a fraude malignorum

                      IV
Corona virtutum regina decorata
Sit nobis in tutamen iugiter parata.

                      V
Deum nobis faciat propitium,
Quae ipsius sanctum fuit hospitium.

                     VI
In matrem Dei virgo praeelecta
Nobis ostendat, quae sit ad patriam via recta.

                    VII
Mater verae caritatis
Dissolvat vincula nostrae pravitatis.

                   VIII
Matris Christi gloriosa nativitas
Sit nobis perpetua iucunditas.

                    IX
Nos cum prole pia benedicat virgo Maria.

                    X
Nostrae tenebras ignorantiae
Illuminet virgo mater sapientiae.

                   XI
Virgo ab angelo salutata
Nostra dignetur abolere peccata.


                         I
Ajudai-nos, ó Virgem amável,
Nos perigos deste mundo ardil

                        II
Alma Virgem das Virgens
Intercedei por nós ao Senhor

                       III
Senhora dos Anjos, sobre todos poderosíssima
Sede nossa protetora contra a fraude das hostes malignas

                      IV
Coroa das virtudes, Rainha adornada
Sede-nos em pronta e contínua defesa

                      V
Fazei-nos Deus propício
Vós que fostes dele santa morada

                     VI
Na Mãe de Deus, Virgem predestinada
Mostra-nos o que seja via reta para a pátria

                    VII
Mãe da verdadeira caridade
Desfaça nosso vínculo de iniquidade

                   VIII
A gloriosa natividade da Mãe de Cristo
Seja nossa perpétua delícia

                    IX
Com sua prole pia, abençoe-nos a Virgem Maria

                    X
A escuridão de nossa ignorância
Seja pela sabedoria da Virgem Mãe iluminada

                   XI
Virgem saudada pelo anjo
Dignai-vos abolir nossos pecados.

Tão abundante era o número de tais poemas que até hoje encontram-se muitas variações desses mesmos versos e o estilo desenvolveu-se:

Adventus Christi – nos salvet ab omine tristi : O Advento de Cristo – nos salve de presságio triste, para o tempo do Advento;

Rex faciat natus – ut vivat fonte renatus : O Rei se fez nascer – para que viva (como) fonte renovada, para o Tempo da Páscoa;

Actor caelorum – trahit ad se corda magorum : O Autor dos céus – traz a Si os corações dos magos, para o tempo da Epifania;

Alma Dei dextra – benedicat nos intus et extra : Alma reta de Deus – abençoai-nos por dentro e por fora; Nos hodie nata – benedicat Virgo beata : A bem-aventurada Virgem hoje nascida abençoe-nos, para Nossa Senhora;

e há ainda que se use até hoje após a leitura do Evangelho na Missa, Per evangelica dicta – deleantur nostra delicta : Que pelas palavras do Evangelho – nos sejam perdoados os pecados.

A jaculatória Nos cum prole pia era usada ainda muitas vezes para bênçãos de bispos e de abades, também permaneceu no rito tradicional de admissão de membros da Congregação Mariana. No caso da admissão de noviços, após ser feita a fórmula de consagração provisória, o padre diretor impõe a fita e termina com a seguinte oração:

Dignem-se os nossos santos Padroeiros, e todos os santos que nos precederam na Congregação, interceder por vós; e a Santíssima Virgem Maria, nossa querida Protetora e Mãe, com Jesus, seu Filho, abençoar-nos, a vós e a nós todos, para sempre.

V. Nos cum Prole pia.
R. Benedicat Virgo Maria

E no rito de admissão de congregados, após a consagração definitiva e o compromisso anti-modernista serem feitos, o padre diretor dá a bênção, impõe a medalha e ao entregar as regras e diploma, diz a seguinte oração:

Accipe has regulas atque diploma, quo assertus es Beatae Mariae Virginis Filius; sed tu melius, moribus ac pietate te ejusdem filium exhibe. Interim, te cum Prole pia, bene†dicat Virgo Maria.

E ainda é possível encontrá-la inclusive no Rito Romano, no Ofício Parvo da Bem-Aventurada Virgem Maria, aparecendo como bênção antes da primeira leitura

1° C – Jube, domne, benedícere.
O – Benedíctio. 
Nos cum prole pia benedícat Virgo María.
R. Amen.

1º C – Dai-me a vossa benção.
O– Benção. 
Abençoe-nos a Virgem Maria com seu piíssimo Filho.
R. Amen.

A Virgem Santíssima, desde o início por Deus glorificada2 e pelas gerações proclamada bem-aventurada3, também foi louvada em todos esses séculos através de uma singela invocação. Seguindo tão piedosa prática do passado e de muitos congregados, rogamos à mais perfeita das criaturas que por nós interceda junto ao seu divino Filho.


Die Marianische Benediktion Nos Cum Prole Pia, Dr. A. N. Der Katholik: Zeitschrift für katholische Wissenschaft und kirchliches Leben, 1903.
Hymnologische Beiträge: Quellen und Forschungen zur Geschichte der lateinischen Hymnendichtung. Clemens Blume und Guido Maria Dreves.

Tradução e ampliação por um congregado mariano.

  1. Jaculatórias são orações curtas de invocação a Deus ou aos santos presentes no início ou no fim de orações.
  2. Eccli 24:14
  3. Lc 1:48
Fonte: Blog Salve Maria

domingo, 8 de junho de 2025

Veni Creator Spiritus

 


Vinde, Espírito Criador

Ó vinde Espírito Criador,
as nossas almas visitai
e enchei os nossos corações
com Vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor,
do Deus excelso o dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor,
a unção divina e salutar.

Sois doador dos sete dons,
e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós,
por nós Seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai,
os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai,
qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli,
e concedei-nos Vossa paz,
se pela graça nos guiais,
o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador,
por Vós possamos conhecer,
que procedeis do Seu amor,
fazei-nos sempre firmes crer.

Glorifiquemos a Deus Pai,
E ao Filho que ressuscitou.
E ao Santo Espírito de Deus,
Por infinitos séculos.
Amém.

Versão em latim

Veni, creator Spiritus,
mentes tuorum visita,
imple superna gratia,
quae tu creasti pectora.

Qui diceris Paraclitus,
altissimi donum Dei,
fons vivus, ignis,
caritas et spiritalis unctio.

Tu septiformis munere,
digitus paternae dexterae;
tu rite promissum Patris
sermone ditans guttura.

Accende lumen sensibus,
infunde amorem cordibus,
infirma nostri corporis,
virtute firmans perpeti.

Hostem repellas longius
pacemque dones protinus;
ductore sic te praevio
vitemus omne noxium.

Per te sciamus da Patrem
noscamus atque Filium,
teque utriusque Spiritum
credamus omni tempore.

Deo Patri sit gloria
et Filio, qui a mortuis
surrexit, ac Paraclito,
in saeculorum saecula.
Amen.

sábado, 7 de junho de 2025

Leitura Espiritual de Junho 2025


Coração de Maria, imagem fiel do Coração de Jesus

“Sua Mãe conservava todas estas palavras em seu coração” (Lc 2, 51)

Sumário. Todas as qualidades que contemplamos no Coração de Jesus acham-se, com as devidas proporções, também no Coração de Maria, sua Mãe. Durante os trinta anos que a Virgem Santíssima conviveu com Jesus, não fez senão estudar continuamente no livro do Coração do Filho. Se, pois, amamos deveras a Maria e queremos ser seus dignos filhos, estudemos igualmente o Coração de Jesus e aprendamos de Nossa Senhora a praticarmos a humildade e o amor para com Deus e para com o próximo.

I. (...)  Com efeito, que coração há mais amável que o Coração de Maria? Coração todo puro, santo, imaculado, perfeito; Coração, em suma, no qual Deus acha as suas delícias, as suas complacências. – Coração ao mesmo tempo tão amante dos homens, que, se todas as criaturas unissem as suas forças, nem de longe conseguiriam igualar o amor de Maria. Este amor de Maria para com o gênero humano, rivalizando com o do Eterno Pai, levou-a a fazer o sacrifício doloroso, de entregar à morte seu Filho inocente. Leva-a continuamente a compadecer-se com ternura maternal das nossas misérias; a socorrer-nos generosamente em nossas necessidades; a ser-nos reconhecida e recompensar fielmente qualquer obra boa feita por seu amor, qualquer palavra dita para glória sua, cada bom pensamento que lhe agrada.

Como retribuição de todos os benefícios que a divina Mãe nos dispensou e ainda continuamente nos dispensa, não exige senão nosso amor; porquanto seu coração, à semelhança do de Jesus, é um coração desejoso de ser amado. – Vê, portanto, quanta aflição deve sentir vendo-se pago com desprezos. Não sejas tu do número daqueles ingratos que assim afligem a nossa terna Mãe.

II. (...) Se, pois, amas a Maria, deves, à sua imitação, estudar continuamente no livro do Coração de Jesus Cristo, afim de nele aprender todas as virtudes, especialmente as que te sejam mais necessárias como, por exemplo, o desapego da terra, a humildade, a mansidão, a resignação e sobretudo o amor para com Deus e para com o próximo. – Se não tens a coragem de estudar em tão grande livro, pede-a à divina Mãe.

Ó Coração de Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa; Coração amabilíssimo, objeto da complacência da adorável Trindade, de toda a veneração e amor dos anjos e dos homens; Coração mais semelhante ao de Jesus, do qual sois imagem perfeita; Coração cheio de bondade e todo compassivo com as nossas misérias: dignai-vos tirar a frieza de nossos corações e fazei que sejam transformados à semelhança do Coração do divino Salvador. Infundi-lhes o amor a vossas virtudes; abrasai-os no fogo feliz, que está continuamente ardendo em vosso Coração.

Abrangei a santa Igreja, guardai-a e sede-lhe sempre doce asilo e torre inexpugnável contra todos os assaltos dos seus inimigos. Sede-nos o caminho para irmos a Jesus e o canal pelo qual nos venham todas as graças necessárias para nossa salvação. Sede nosso socorro nas aflições, nosso conforto nas tentações, nosso refúgio nas perseguições, nosso auxílio em todos os perigos, especialmente nos últimos combates de nossa vida na hora da morte, quando todo o inferno se desencadear contra nós para roubar nossas almas, naquele momento terrível do qual depende a eternidade. Ó Virgem piedosíssima, deixai-nos experimentar então a doçura do vosso coração maternal e a eficácia do vosso poder para com o Coração de Jesus, abrindo-nos nesta fonte mesma da misericórdia um abrigo seguro, no qual possamos um dia chegar a bendizê-lo no paraíso por todos os séculos dos séculos.

Conhecidos, louvados, benditos, amados, servidos e glorificados, sejam sempre e por toda parte o diviníssimo Coração de Jesus e o puríssimo Coração de Maria.

_ Santo Afonso Maria de Ligório - 


 

sexta-feira, 6 de junho de 2025

5 orações ao Sagrado Coração de Jesus, compostas por Santo Afonso Maria Ligório



Você sabia que toda primeira sexta-feira do mês é dedicada ao Sagrado Coração de Jesus? Comece seu dia rezando com essas orações de Santo Afonso de Ligório.

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Santo Afonso ao dirigir suas aspirações e todos os seus esforços humanos para os pecadores, pobres e aqueles que se encontravam mais distantes da Igreja.

Abaixo, trazemos uma oração a Santo Afonso para pedir que renove nossa devoção em honra ao Sagrado Coração de Jesus, e na sequencia, mais quatro orações que Santo Afonso escreveu e que podem nos ajudar a aumentar a nossa devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

Oração a Santo Afonso

Glorioso Santo Afonso, que não somente professastes a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, mas também fostes suscitado por Deus para ser Apóstolo e Doutor dela, alcançai-nos deste Sagrado Coração uma centelha do fogo celeste que Ele veio acender sobre a terra e no qual vivestes abrasado, afim de que, cheios de amor e zelo, mereçamos como vós ser unidos a Ele neste exílio e no céu que é a vida, a felicidade e o único tesouro de nossas almas. Assim seja.

Orações ao Sagrado Coração de Jesus

Não recuse o meu amor

Se outrora Vos desprezei, sabei que hoje sois o meu único amor. Amo-Vos, amo-Vos, amo-Vos e só a Vós quero amar. Ó meu amadíssimo Senhor, não recuseis o amor de um coração que por tanto tempo Vos afligiu. Seja uma glória vossa mostrar aos Anjos um coração todo abrasado em vosso amor, que outrora fugia de Vós e Vos desprezava. – Virgem Santíssima e esperança minha, Maria, ajudai-me; rogai-Lhe que com a sua graça me torne tal qual seu Coração me deseja.

Ajuda e fortalece minha devoção

Ó meu amado Senhor, detesto tudo que Vos desagrada e no futuro só a Vós quero amar e aquilo que Vós amais Ajudai-me e fortalecei-me; dai-me a graça de Vos invocar sempre e de repetir sem cessar: Meu Jesus, dai-me o vosso amor, dai-me o vosso amor. Doce Coração de meu Jesus, fazei que eu vos ame mais e mais. E vós, Maria Santíssima, obtende-me a graça de nunca deixar de vos dizer: Minha Mãe, fazei que eu ame a Jesus Cristo.

Minha vontade unida à vossa

Ó Coração amantíssimo de Jesus, Vós deveis fazer que seja todo vosso o meu pobre coração, que no passado Vos tem sido tão ingrato e pela sua culpa privado do vosso amor. Suplico-Vos que meu coração seja todo amor por Vós, assim como o vosso é todo amor por mim. Fazei com que a minha vontade seja toda unida à vossa, de modo que eu não queira senão o que Vós quereis. A vossa santa vontade seja doravante a regra de todas as minhas ações, de todos os meus pensamentos e de todos os meus desejos.

Que eu vos ame muito

Ó Coração terno e fiel de Jesus, inflamai meu pobre coração, para que se abrase de amor para convosco, como Vós para comigo. Parece que de presente Vos amo, ó meu Jesus, mas amo-Vos muito pouco; dai-me que Vos ame muito e Vos seja fiel até à morte. É esta a graça que Vos peço, bem como a graça de a pedir sempre. Deixai-me morrer antes que venha novamente a trair-Vos.

Referência: LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 173-175.

Fonte: Com Shalom