segunda-feira, 4 de agosto de 2025

A aparição da Virgem Maria e a revelação do Santo Rosário



Domingos de Gusmão foi o grande propagador da oração do Santo Rosário e da devoção à Nossa Senhora do Rosário.

Em 1214, São Domingos estava na cidade de Toulouse, em França. Segundo tradições católicas, enquanto orava e fazia penitência pelos pecados dos homens, tendo passado três dias e três noites rezando e macerando o seu corpo com o objetivo de aplacar a cólera divina, parecia estar já morto pelas severas disciplinas quando a Virgem Maria lhe apareceu. Com Sua voz materna, disse-lhe:

«– Sabes tu, meu querido Domingos, de que arma se serviu a Santíssima Trindade para reformar o mundo?»

«– Ó Senhora! – respondeu ele, – Vós o sabeis melhor que eu, porque depois de vosso Filho, Jesus Cristo, fostes o principal instrumento de nossa Salvação.»

Respondeu-lhe Maria Santíssima:

«– Sabei que a peça principal da bateria foi a saudação angélica, que é o fundamento do Novo Testamento; e, portanto, se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, reza o meu saltério.»

Após a aparição mariana, São Domingos entrou na Catedral de Toulouse para reunir e falar aos fiéis, enquanto os sinos começaram a tocar sem qualquer intervenção humana. Quando o santo começou a pregar, uma espantosa tormenta se iniciou, houve um tremor de terra, o sol se velou, ouviram-se terríveis trovões e o céu iluminou-se de relâmpagos. Uma imagem de Nossa Senhora levantou três vezes os braços para pedir a Deus justiça para aqueles que não se arrependessem e recorressem à Sua proteção. São Domingos, perante tal fenómeno, orou das orações do Santo Rosário e, por fim, cessou a tormenta. Pôde ele, então, continuar tranquilamente a sua pregação, e fê-lo com tal zelo e ardor nas palavras que os habitantes da cidade abraçaram quase todos a devoção ao Rosário da Virgem Maria. Em pouco tempo, teria sido vista uma substancial conversão de vida das pessoas

domingo, 3 de agosto de 2025

São Pedro Fabro

Pedro Fabro nasceu em 13 de abril de 1506, em Saboya, França. Era o mais velho de uma família devota e moderadamente próspera, que vivia do campo e do pastoreio. Aos dezesseis anos, foi enviado para estudar em La Roche, sob os cuidados de Pierre Veillard, um santo e erudito sacerdote que exerceu uma grande influência sobre ele.




Em 1525, ingressou no Colégio de Montaigu, na Universidade de Paris, mas logo se transferiu para Santa Bárbara, onde compartilhou alojamento com são Francisco Xavier, com o qual conheceria santo Inácio de Loyola.

As dúvidas e tentações sobre seu futuro preocuparam Fabro, mas, aconselhador por Inácio, fez a primeira semana dos “Exercícios Espirituais” e superou seus problemas, tornando-se em seu primeiro discípulo em Paris.

Em 1530, recebeu o grau de bacharel e licenciado em Artes e começou seis anos de estudo intermitente de teologia. No começo de 1534, fez os Exercícios Espirituais completos, sob a orientação de Inácio, penetrando neles tão profundamente que, mais tarde, Inácio o considerou o melhor diretor de Exercícios, entre todos os seus companheiros.

Ordenou-se em maio e celebrou sua primeira missa (15 de agosto de 1534) em Montmartre, onde Santo Inácio e seus outros companheiros fizeram votos de pobreza, castidade e obediência e de trabalhar apostolicamente na Terra Santa.

Depois, Fabro teria um papel muito ativo na obtenção da aprovação da Companhia de Jesus por parte do papa Paulo III. Morreu em 1º de agosto de 1546, em Roma, como teólogo pontifício. Foi beatificado por Pio IX, em 1872, e sua festa é celebrada em 2 de agosto.

Sabe-se que tinha um extraordinário dom para a amizade. Em toda parte, sua simplicidade e simpatia, junto com um sólido conhecimento, despertaram o amor de Deus naqueles de que tratava e preparava o caminho para a nascente Companhia de Jesus.

O primeiro jesuíta alemão, Pedro Canísio, dizia que ele “nunca havia encontrado um teólogo mais profundo ou um homem de tão impressionante santidade... todas as suas palavras estavam cheias de Deus”.

Isso se refletiria em seu Memorial, seu diário espiritual, escrito principalmente entre junho de 1542 e maio de 1545. Depois dos Exercícios Espirituais e das Constituições, o Memorial de Fabro é o documento considerado mais preciso da espiritualidade da Companhia de Jesus.

Seu propósito era relatar as graças divinas que recebeu, para discernir melhor a direção do Espírito que o guiava. Infelizmente, o manuscrito permaneceu inédito durante três séculos.

Sua vida demonstra como o carisma original dos jesuítas foi recebido, refletido e irradiado por uma personalidade considerada mais simples e menos profunda, e mais alegre e menos austera do que a de seu fundador principal, santo Inácio.

Em 17 de dezembro de 2013, o papa Francisco, com sua autoridade de papa, inscreveu no livro dos santos o sacerdote jesuíta Pedro Fabro.

sábado, 2 de agosto de 2025

S. Afonso Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor

“Os filhotes das andorinhas só pensam em gritar para obter proteção e comida das mães. Assim, também nós devemos sempre clamar, pedindo a ajuda de Deus para evitar a morte do pecado e progredir em seu santo amor”.




Quando alguém nasce em uma família nobre, como a dos Liguori, em uma cidade grande como Nápoles, em um século importante como o do Iluminismo e como o primeiro de oito filhos, é destinado, certamente, a algo superior. Assim, como bom augúrio, os pais batizam seu primogênito com o nome de Afonso, que significa valoroso e nobre. E ninguém, mais do que ele, fez jus ao seu nome.
Advogado, com apenas 16 anos

Confiado aos melhores tutores em circulação, Afonso demonstrou, imediatamente, qualidades extraordinárias: aos 12 anos, superou, de modo exímio, os exames de vestibular, diante do filósofo Giambattista Vico, para entrar na Faculdade de Direito; aos 16 anos, já exercia a profissão de advogado, tornando-se rapidamente o melhor da cidade e com uma reputação merecida, por não perder nenhuma causa.

No entanto, o Senhor tinha outros planos para ele, avantajado por nascer em uma família particularmente agraciada. De fato, dos oito filhos, além dele, duas irmãs se tornaram monjas, um beneditino e outro sacerdote diocesano. Com efeito, não era naquele contexto nobiliário, do qual provinha, que Afonso era chamado a viver.

Da lei humana à Lei de Deus

Durante a sua profissão de advocacia, Afonso exercia o que hoje chamamos "voluntariado", sobretudo em um hospital de Nápoles, onde visitava os enfermos. Aos poucos, esta vida o atraía, cada vez mais. Por isso, decidiu deixar as leis humanas para se dedicar ao Senhor. Em 1726, ao ser ordenado sacerdote, dedicou todo o seu ministério ao serviço dos mais pobres, que, no século XVIII, são incontáveis. Suas atividades, como pregador e confessor, eram intensas, entretanto, cultivava seu sonho de partir em missão no Oriente.

Pastor entre os pastores: nascimento da Congregação

Em 1730, durante um período de descanso forçado, entre as montanhas próximas de Amalfi, Afonso conheceu alguns pastores com os quais debateu sobre a gravidade do seu abandono humano, cultural e religioso. Aquela conversa o perturbou tanto, a ponto de chegar à decisão de deixar Nápoles para se retirar para o eremitério beneditino da Vila dos Escravos, perto de Caserta. Ali, fundou a Congregação do Santíssimo Salvador, que, depois, foi aprovada por Bento XIV, em 1749, com o atual nome de Congregação do Santíssimo Redentor. A sua missão consistia em uma pregação marcada pela simplicidade apostólica e na educação dos humildes.

Afonso partiu do modelo “Capelas noturnas”, grupos liderados pelos colaboradores do Santo, tanto leigos como seminaristas, dedicados à evangelização dos jovens que viviam nas ruas. Esta experiência teve um sucesso imediato em Nápoles, a ponto de atingir cerca de 30 mil inscritos para serem educados.
Mais tarde, os sacerdotes Redentoristas contaram também com a adesão das Irmãs Redentoristas, o ramo feminino da Congregação, fundado precisamente em Amalfi.

Bispo de Santa Águeda dos Godos

Afonso gostava muito da arte de ensinar e de fazer pregações, utilizando métodos inovadores, como a música, que ele havia estudado quando era criança. Uma das suas composições, por exemplo, é a famosa "Tu scendi dalle stelle” (“Tu desces das estrelas”), que nunca falta entre os cantos nas celebrações do Natal. Afonso estava muito comprometido também com as questões morais. Entre as muitas obras que escreveu, a mais importante é, certamente, a "Teologia moral", em vários volumes, ainda hoje estudada, na qual enfrenta questões como a virgindade de Maria e a infalibilidade do Papa, muito antes de a Igreja considerá-las dogmas.

Em 1762, com a venerável idade de 66 anos, Afonso Maria de Liguori foi nomeado Bispo de Santa Águeda dos Godos, em Benevento, ao qual, após 15 anos, renunciou por problemas de saúde, que o levaram à morte em 1787. Santo Afonso Maria de Liguori foi canonizado em 1839 e proclamado Doutor da Igreja, por Pio IX, em 1871. Em 1950, Pio XII o proclamou "Padroeiro celestial de todos os confessores e moralistas".

quinta-feira, 31 de julho de 2025

S. Inácio de Loiola, presbítero, fundador da Companhia de Jesus


Uma vida cavalheiresca


Íñigo López de Loyola nasceu em 1491, em Azpeitia, país Basco. Como filho cadete, era destinado à vida sacerdotal, mas a sua aspiração era a de se tornar cavalheiro. Por isso, seu pai o mandou a Castela, para viver na Corte de dom Juan Velazquez de Cuellar, ministro do rei Ferdinando, o Católico. Aquela vida formou o caráter e as atitudes do jovem, que começou a ler poemas e cortejar as damas. Quando dom Juan morreu, Íñigo transferiu-se para a Corte de dom Antônio Manrique, duque de Najera e vice-rei de Navarra, participando da corporação para a defesa do castelo de Pamplona, assediado pelos franceses. Ali, em 20 de maio de 1521, foi ferido por um tiro de canhão, que o tornou coxo por toda a vida. Sua longa convalescença foi para ele uma boa ocasião para ler a Lenda Dourada, de Tiago de Voragine, e a Vida de Cristo, de Ludolfo da Saxônia, o Cartusiano, textos que muito influenciaram na sua personalidade, voltada para os ideais cavalheirescos, convencido de que o único Senhor, que valia a pena seguir, era Jesus Cristo.

Peregrinação providencial

Decidido a ir em peregrinação à Terra Santa, Íñigo fez uma parada no Santuário de Montserrat, onde fez o voto de castidade, trocando as suas ricas vestes com as de um mendigo. Devia embarcar para a Itália, do porto de Barcelona, mas a cidade estava tomada por uma epidemia de peste. Por isso, teve que se deter em Manresa, uma etapa obrigatória, que lhe proporcionou um longo período de meditação e isolamento. Neste interim, escreveu uma série de conselhos e reflexões, que, a seguir, foram reelaborados, convertendo-se em base para seus Exercícios Espirituais.

Finalmente, chegou à Terra Santa, onde queria se estabelecer. Mas, o superior dos Franciscanos o impediu, considerando muito escassos seus conhecimentos teológicos. Logo, Íñigo voltou para a Europa e passou estudar gramática, filosofia e teologia, antes, em Salamanca e, depois, em Paris.

Precisamente na capital francesa, mudou seu nome para Inácio, em homenagem a Santo Inácio de Antioquia, do qual admirava seu amor por Cristo e a obediência à Igreja, que, mais tarde, se tornariam os alicerces fundamentais da Companhia de Jesus.

Em Paris, Inácio conheceu aqueles que seriam seus primeiros companheiros. Com eles, fez o voto de pobreza e decidiu ir novamente à Terra Santa. Porém, não foi possível por causa da guerra entre Veneza e os Turcos. Então, Inácio e seus companheiros se apresentaram ao Papa, ao qual prometeram obediência. O Papa disse-lhes: “Por que ir a Jerusalém? A Itália é uma boa Jerusalém para produzir frutos para a Igreja”.

A Companhia de Jesus

Em 1538, o Papa Paulo III concedeu a aprovação canônica à Companhia de Jesus, que, desde então, foi animada pelo zelo missionário: os Padres Peregrinos ou Reformados - só depois foram chamados Jesuítas – foram enviados a toda a Europa e, depois, à Ásia e ao mundo inteiro; levavam, em todos os lugares, seu carisma de pobreza, caridade e obediência absoluta à vontade do Papa.

Um dos principais problemas que Inácio enfrentou foi a preparação cultural e teológica dos jovens: por isso, formou um corpo de docentes e fundou diversos colégios -, que, ao longo dos anos, adquiriram fama internacional, graças ao altíssimo nível científico, - e um programa de estudos, que foi tomado como modelo também por Institutos não religiosos.

Em Roma

Por obediência ao Papa, Inácio permaneceu em Roma para coordenar as atividades da Companhia e cuidar dos pobres, órfãos e enfermos, a ponto de merecer o título de “apóstolo de Roma”.

Dormia cerca de quatro horas por noite, a fim de continuar seu trabalho e compromisso, apesar dos sofrimentos, por causa de uma cirrose hepática e por cálculos biliares, até esgotar suas forças.

Morreu na sua pobre cela, em 31 de julho de 1556. Seus restos mortais encontram-se sob o altar do braço esquerdo do transepto da Igreja de Jesus, no centro de Roma, um dos monumentos mais lindos da arte Barroca romana.


quarta-feira, 23 de julho de 2025

Arraiá da Nossa Congregação Mariana

 No último dia 05 de Julho tivemos nossa reunião ordinária, em seguida santo terço e o Arraiá da nossa  Congregação Mariana na casa do presidente Rodolfo Cristiano.

Momento de alegria e partilha!

Salve Maria!